top of page

O ritmo da escola

Saiba porque é importante escolher uma escola que se adeque à rotina do seu filho e de toda a família.


Finalmente, você decidiu onde matricular seu filho. Avaliou o projeto pedagógico, a distância de casa, o espaço físico, as atividades extracurriculares oferecidas, o perfil dos professores e dos alunos. Certificou-se de que a mensalidade cabe no orçamento da família e de que seu filho gostaria de estudar naquele espaço e com aquelas pessoas. Foi uma jornada exaustiva, que demandou horas preciosas de pesquisa. Porém, alguns meses depois do início das aulas, surgem questões que não estavam em seu radar enquanto você peregrinava por inúmeros colégios. Seu filho precisa de mais ajuda com os estudos do que você imaginava. O ritmo da escola é muito mais puxado do que você previa. A quantidade de tarefas que seu filho tem que cumprir parece grande demais para alguém na idade dele. Então, você começa a duvidar se fez a melhor escolha.


Histórias como essa podem parecer exageradas, mas são mais frequentes do que se imagina. Elas quase sempre acontecem quando a empolgação com as propostas e com as possibilidades matricular o filho na escola que garantirá o melhor futuro para ele obscurecem algumas variáveis que têm enorme importância para que a trajetória escolar transcorra sem grandes solavancos. Uma delas é o impacto que a escola exerce na rotina não só da criança ou do adolescente, mas também na de toda a família.


Independentemente do perfil ou da proposta, qualquer escola interfere na vida de todos os membros da família, em diversos níveis. O cumprimento dos horários, os custos, o monitoramento dos estudos faz parte do cotidiano de pais com filhos em idade escolar. Porém, quando se faz a opção por escolas que sejam bilíngues, que ofereçam aulas em período integral ou que apresentem currículos mais inovadores, bastante visadas nos últimos anos, a tendência é a de que a rotina doméstica sofra modificações ainda maiores. Ainda que cada um desses exemplos de escola apresente peculiaridades, pode-se afirmar, seguramente, que elas têm, como caraterística comum, um nível de exigência elevado.


Portanto, não basta que a criança ou adolescente se dedique às aulas e às tarefas solicitadas pelos professores, pois ele precisará realizar, por conta própria, estudos e pesquisas complementares.


Como adultos, sabemos o quanto é difícil nos organizarmos e nos disciplinarmos para termos uma rotina equilibrada, em que caibam todas as nossas atividades. No caso das crianças e adolescentes, essa dificuldade é ainda maior, e o que alguns pais deixam escapar, quando optam por qualquer um desses modelos, é se seu filho conseguirá, sozinho, administrar seu tempo e seu dia a dia para dar conta das demandas escolares. E, caso não consiga, é importante que a família avalie de quais recursos dispõe para auxiliar e monitorar todas as tarefas.


Por isso, no momento de decidir qual é a melhor escola, é importante que os pais, além de avaliarem cuidadosamente os critérios objetivos, pensem também nos critérios subjetivos. Um olhar atento para as necessidades de seus filhos e para as possibilidades de ajudá-los naquilo que eles ainda não conseguem fazer sozinhos pode ser determinante para o êxito na vida escolar e para o sucesso da escolha.


Créditos: Camile Tesche, professora de Produção de Textos, Língua Portuguesa e literaturas afins, atua há 16 anos na rede privada de ensino.

58 visualizações0 comentário
bottom of page